Lisboa mourisca…
Tem cactos, palmeiras ,
Ruelas e casas baixinhas,
Pintadas de branco e azul,
Com janelas fechadas.
Tem telhados sombrios,
Sem cor,
Pintados de cal
Que o sol já secou.
Tem escadas de pedra,
Em lanços suaves.
Meninos brincando,
Puxando a trela,
Simulando camelos.
Banquinhos de pedra,
Rentinhos ao chão.
Com velhos sentados,
Rezando a Alá.
Vendedeiras de fruta,
Sardinha e alface.
Canasta à cabeça,
Cantando pregões,
Escondendo a face.
Flores nas janelas,
Sardinheiras de cor.
Palmeiras sorrindo,
Rouxinóis a cantar.
Torres de igrejas,
Erguidas para os céus.
Sinos que dobram
Pelos filhos que vão.
Pombas vadias,
Em bandos bravias,
Esvoaçam nas nuvens,
Arrulham de amores.
Vidraças partidas
Do jogo da bola,
Tecida de trapos,
Roubados a avó.
As valetas sombrias,
Pululam de ratas,
A que os gatos sem dono,
Se espreguiçando ao sol,
Chamam um figo…
Mesmo sem sal.
Mafra, 21 de Maio de 2013
21h37m
Joaquim Luís Monteiro Mendes Gomes
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