Meu testamento
Se Deus um dia
Quisesse fazer de mim uma árvore,
Só Lhe pediria para nascer ´
Em Trás-os Montes.
Ao pé das pedras,
No meio das urzes.
Daria sombra e paz ,
Respeitaria o sol
E bebia das fontes.
Cobriria meus ramos
Com muitos ninhos.
Beijaria as estrelas.
Todas as noites.
Passaria toda a minha vida,
De braços abertos,
Orando a Deus
Pelos meus vizinhos.
Eternamente.
Oferecia minhas folhas mortas,
Para encher as camas
Daquela gente.
E quando, um dia,
De velho, eu morresse,
Far-me-ia de lenha seca em brasa,
Para aquecer os lares
No rigor do frio.
E semear ao vento,
Em nuvens de fumo,
Minha alma acesa
De amor ardente.
Ouvindo canções dos Andes
Ovar, 16 de Maio de 2013
20h6m
Joaquim Luís Monteiro Mendes Gomes
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