terça-feira, 21 de maio de 2013


Que grande estrumeira!

 

 

Eles entram-me em bando,

Pelas frestas da minha janela.

Como mosquitos.

Zumbem. Vêm vorazes.

Chupam-me o sangue.

Só me deixam os ossos.

 

Piores do que larvas.

Piores que serpentes.

 

Trazem lama nas patas.

Como lagartas.

Minhas escadas ficam sujas

De sangue e terra.

 

Estou desarmado.

Deixei minha G3,

Nas bolanhas da Guiné,

Tão longe.

Se não correria com eles

Com rajadas de os derreter.

Nem um só ficava.

 

 Assim, só a pontapé.

Já me falta o sangue…

 

Já pedi socorro.

Ninguém atende.

 

Só um tornado gigante.

Do Oklahoma.

Que os meta em coma.

 

Depois o lixo.

Que grande estrumeira

Me restou em casa!...   

 

Mafra, 21 de Maio de 2013

20h49m

Joaquim Luís Monteiro Mendes Gomes

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