Cesária Ébora
Me deixem escuitar sempre,
Esta fada do cabo,
Verde do mar
Que sabia encantar,
Como ninguém,
Horas sem fim…
Pôr a sonhar
Tão leve e branda,
Como quem ouve e vê
A neve caindo.
Em voos suaves,
Ao sabor da brisa,
Como cegonha garbosa,
Ela descrevia traços no céu,
Volutas de fumo,
Cheirando a algas,
Cheirando a sal.
Perfume divino.
Cada palavra por ela cantada,
Feia ou bonita,
Popular ou não,
Soava doce e clara
Como nuvem branca,
Bailando no céu.
Uma presença serena,
De supremo porte,
Um timbre doirado,
Sem qualquer esforço,
Iluminava os olhos,
Irradiava paz,
Semeava amor.
Ouvindo Cesária Évora
Ovar, 12 de Maio de 2013
8h13m
Joaquim Luís M. Mendes Gomes
Sem comentários:
Enviar um comentário