domingo, 5 de maio de 2013


Fábula da ribeirinha…

Com medo

 

Um ribeira bem linda,

De água doce e suave,

Caída do céu,

Desaguou sobre ele,

Uma certa manhã.

 

Andou consigo, sozinha,

Passeando nos bosques.

Passeou por vales,

Ravinas e fráguas.

Sob frondosos choupeiros,

Cheios de ninhos.

 

Derramou enseadas,

Com tendas armadas.

De noite ao luar.

 

Dormiu sossegado

E até sonhou sonhos

De glória final.

 

Cantou-lhe, encantada,

Canções de embalar,

Espraiou-se em praias de areia lavada,

Luzindo ao sol.

 

Desceu de mão dada,

Por socalcos e terras lavradas.

Mirando estrelas.

 

Eis que um caçador,

Furtivo, apareceu

Andava a caçar,

Cheio de sede,

Pediu-lhe de beber…

E a ribeirinha,

Com fome …

Ou cheia de medo,

Temendo de tanto caminho a seguir,

Pegou-lhe na mão,

Matou-lhe a sede …

Trocou de amigo,

E, para sempre,

Ficou presa dele…

 

Ovar, 5 de Maio de 2013

16h57m

Joaquim Luís M. Mendes Gomes

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