Fábula da ribeirinha…
Com medo
Um ribeira bem linda,
De água doce e suave,
Caída do céu,
Desaguou sobre ele,
Uma certa manhã.
Andou consigo, sozinha,
Passeando nos bosques.
Passeou por vales,
Ravinas e fráguas.
Sob frondosos choupeiros,
Cheios de ninhos.
Derramou enseadas,
Com tendas armadas.
De noite ao luar.
Dormiu sossegado
E até sonhou sonhos
De glória final.
Cantou-lhe, encantada,
Canções de embalar,
Espraiou-se em praias de areia lavada,
Luzindo ao sol.
Desceu de mão dada,
Por socalcos e terras lavradas.
Mirando estrelas.
Eis que um caçador,
Furtivo, apareceu
Andava a caçar,
Cheio de sede,
Pediu-lhe de beber…
E a ribeirinha,
Com fome …
Ou cheia de medo,
Temendo de tanto caminho a seguir,
Pegou-lhe na mão,
Matou-lhe a sede …
Trocou de amigo,
E, para sempre,
Ficou presa dele…
Ovar, 5 de Maio de 2013
16h57m
Joaquim Luís M. Mendes Gomes
Sem comentários:
Enviar um comentário