Tempestade de silêncios…
Do silêncio inicial duma sala magna de concerto,
Com tudo a postos,
Em frente a frente,
Um maestro e uma violinista jovem,
Ágil e de sorridente ar,
Eis que irrompe, em nuvem branda,
Uma baforada de melodia,
Serena,
Cheia de cores,
Se espalha e envolve as almas
Da assembleia.
Como um foguete a arder,
Pelo ar acima,
Começa uma viagem
De sonho louco e de magia.
Pelo universo fora,
Qual nave perdida,
Sobre um mar de nuvens,
Ao pé do céu.
Onde reina o sol.
Seu timoneiro é o maestro
E o violino é o motor em brasa
Daquela nave em festa,
E uma orquestra,
Muito potente.
Que um braço discreto e fácil,
Domina e puxa.
Não há ruídos.
Apenas o silêncio de sons em chama,
Numa bola de fogo,
Em labaredas,
Que inebriam e aquecem,
Mas não queimam
Quem lá vai dentro…
Numa velocidade fantástica ,
Sem barreiras,
Pelas sendas livres do universo.
Não se sente o tempo…
Só a eternidade serena e luz,
Na alma em êxtase,
Daqueles viageiros felizes
Que já não querem descer…
Ouvindo Sibélius…
Ovar, 7 de Maio de 2013
7h53m
Joaquim Luís M. Mendes Gomes
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