terça-feira, 7 de maio de 2013


Tempestade de silêncios…

 

Do silêncio inicial duma sala magna de concerto,

Com tudo a postos,

Em frente a frente,

Um maestro e uma violinista jovem,

Ágil e de sorridente ar,

Eis que irrompe, em nuvem branda,

Uma baforada de melodia,

Serena,

Cheia de cores,

Se espalha e envolve as almas

Da assembleia.

 

Como um foguete a arder,

Pelo ar acima,

Começa uma viagem 

De sonho louco e de magia.

Pelo universo fora,

Qual nave perdida,

Sobre um mar de nuvens,

Ao pé do céu.

Onde reina o sol.

 

Seu timoneiro é o maestro

E o violino é o motor em brasa

Daquela nave em festa,

E uma orquestra,

Muito potente.

Que um braço discreto e fácil,

Domina e puxa.

 

Não há ruídos.

Apenas o silêncio de sons em chama,

Numa bola de fogo,

Em labaredas,

Que inebriam e aquecem,

Mas não queimam

Quem lá vai dentro…

Numa velocidade fantástica ,

Sem barreiras,

Pelas sendas livres do universo.

 

Não se sente o tempo…

Só a eternidade serena e luz,

Na alma em êxtase,

Daqueles viageiros felizes

Que já não querem descer…

 

Ouvindo Sibélius…

 

Ovar, 7 de Maio de 2013

7h53m

Joaquim Luís M. Mendes Gomes

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