terça-feira, 21 de maio de 2013


Escaparates de tudo…

 

Há voltas e reviravoltas.

Umas se esperam e desejam.

Outras surpresas,

Boas, amargas.

 

Há caminhos cruzados,

Sem bermas.

Que sobem ou descem.

Com curvas, abismos.

 

Há queixas.

Lamúrias.

E contos de fadas,

Na borda da estrada.

 

Lombas suadas.

Escondendo o rumo.

Por estradas sozinhas

Não servem para nada.

 

Pórticos de scuts,

Cheios de espinhos,

Que desferem pedradas,

Em vez de castanhas.

 

Linhas de ferro,

Esquecidas,

De muitos tamanhos,

Vagueiam em rede,

Por vales e campos,

À beira dos rios,

Sobem as serras,

E furam os montes,

Em busca de gente.

 

Há rotas nos mares,

Transatlânticas,

À volta da terra.

Levam cidades com luzes,

Carregam carradas gigantes,

De tudo e de nada.

 

Por cima das nuvens,

De asas abertas,

Parecem paradas,

Gaivotas de ferro,

Rugem e fogem,

Famintas de espaço.

 

Mafra, 21 de Maio de 2013

 

Joaquim Luís Monteiro Mendes Gomes

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