Minha grafonola velha…
Era de dar à manivela
A minha grafonola preta.
Como um moinho à roda,
Moía notas de som,
Desfiava baladas quentes,
Melodias do fado,
De Farinha e Marceneiro.
Do Hilário do choupal…
De Lisboa, a capital.
Não precisava de cordas
De harpa ou de viola.
Nem para o corridinho.
Só sei.
Aquele bico a prumo,
Riscando o disco,
Às voltas,
passavam de mil,
Sem fazer fumo,
Desfiava vozes
E debicava sons,
Com a exactidão,
Total encanto,
Duma perfeita orquestra.
Ali jaz no sótão,
Tão caladinha e sóbria,
Como se estivesse morta,
Mas ainda canta e toca,
Se eu lhe der a corda…
Ovar, 26 de Maio de 2013
7h49m
Joaquim Luís Monteiro Mendes Gomes
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