Padeirinha dos Céus…
Estou a lembrar-me de minha Mãe.
Na cozinha,
Frente à gamela aberta,
A amassar o pão.
Do forno saíam labaredas.
E cheirava a pinho.
Da gamela,
A cada reviravolta,
Cheirava a trigo.
E as mãos de minha Mãe,
Não descansavam.
Pareciam braços de remos
E a gamela uma seara de peixe
Procurando o fermento
Como isco fervendo,
Aos borbotões.
Ao lado, um prato de rodelas
De chouriço em brasa.
Estendidas na bola,
Que metida ao forno,
Eram um regalo fresco,
Com um copo de verde.
Ó que petisco!...
De encantar os anjos
Vindos do céu…
Bendita a Mãe que Deus me levou…
Para padeirinha dos
céus…
Ouvindo a Avé Maria de Schubert
Ovar, 8 de Maio de 2013
Joaquim Luís M. Mendes Gomes
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