sexta-feira, 10 de maio de 2013

Ninguém como o sol…
Ninguém é tão vaidoso como o sol.
De manhã, ai vem todo engalanado,
Com a aurora à frente
A anunciar o rei.
Sua coroa d’oiro reluz,
Brilha,
Como se houvesse outro a arder,
Disputando o céu.
Abra as asas mais largas
Que as dum condor.
Põe-se a distribuir beijos,
Por toda a parte,
Sem discriminar.
Beija a neve das serras
E começa a bailar nas ondas,
Com tanto garbo,
Perdido de amor,
Parece afogar.
Brinca com as folhas radiantes
Das florestas.
Em rodopio,
Com tanta graça,
Um bailarino em forja,
Põe-nas em franja.
Beija as flores,
Os gira-sóis.
Numa loucura,
Um desvario
De meter medo.
Mas é do alto
Que ele governa.
Irradia calor
Que faz fugir.
Põe-se a correr
Atrás das gazelas.
Até as baleias
Saltam do mar
Querem bailar.
Como um comboio,
Aí vai pelo mundo.
À volta da terra.
Só no fim, acusando cansaço,
Dá as boas noites
E vai dormir.
Ovar, 10 de Maio de 2013
20h34m
Joaquim Luís M. Mendes Gomes

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